Ela sempre teve as unhas curtas, não porque era sapatão, mas porque tinha o mau hábito de roer os dedos quando estava pensando em alguma coisa que lhe aflingia, consumia e a deixava ansiosa, melhor roer as unhas do que comer tudo que vê pela frente, ela pensava momentos antes de se contradizer logo à frente.
Um dia decidiu deixar as unhas crescerem, e parou de roer, achou tão fácil, seus problemas nunca eram resolvidos enquanto ela estava ali parada roendo as unhas e comendo a casa, ela percebeu. Talvez tarde pra sua idade, mesmo se achando garota, já tinha quase trinta anos, quando se deu conta que cresceu, como achava que já era crescida a 5 anos atrás, percebeu o quanto era imatura e adolescente, e que o tempo passa e nem sempre ela aprendeu com os erros, talvez só agora entenda alguma coisa sobre a vida, a sua vida.
Suas unhas ficaram compridas, mas ela só percebeu porque sua namorada sentiu dor em uma de suas carícias. Ela captou que tem que cuidar melhor de si pra poder amar os que a amam, - é só cerrar bem, não precisa cortar até o topo não amor... Disse a namorada que por amá-la de verdade não finge que nada aconteceu, fala a verdade, e dessa forma a ajudou-a a enxergar os caminhos para amadurecer e amar. E nunca mais ela comeu as unhas nem toda a casa, comeu somente sua namorada.